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1º PRÊMIO VOZES AGUDAS

PARA MULHERES ARTISTAS

Esta exposição é fruto de um esforço comum de várias
mulheres: as integrantes do coletivo feminista Vozes
Agudas, do espaço independente Ateliê397, e também das
colecionadoras, colaboradoras e parceiras institucionais que
têm nos apoiado nesse projeto de plataforma de visibilidade
para mulheres artistas. Entre elas, fica nosso agradecimento à
Galeria Karla Osorio, que tornou possível a ação significativa de
itinerância em Brasília, com a cessão de seu espaço e sua equipe.


O 1º Prêmio Vozes Agudas para Mulheres Artistas foi uma
chamada aberta lançada no segundo semestre de 2020.
Recebemos 830 portfólios, de várias regiões do país,
encaminhados por mulheres advindas de realidades e
condições distintas e que se valem de diversas linguagens
em suas obras e pesquisas. Ao defrontarmo-nos com esse
volume e essa variedade tão grande de trabalhos, ficou claro
que precisaríamos (e conseguiríamos) ampliar nosso processo
de acolhimento. Além das três premiadas, pudemos também
ofertar duas menções honrosas e efetuar uma exposição
coletiva a partir dos portfólios enviados - uma primeira versão
dessa exposição ocorreu em São Paulo entre março e abril
de de 2021 na Galeria Jaqueline Martins, e agora uma outra
reconfiguração foi elaborada, com outras artistas convidadas, para
a Galeria Karla Osorio, para maio e junho de 2021.


Foram premiadas pelo júri (formado por agentes mulheres
atuantes no circuito das artes) as artistas Laryssa Machada,
residente na Bahia, Massuelen Cristina, de Minas Gerais,
e Mônica Coster, atualmente no Rio de Janeiro. Receberam
menção honrosa o coletivo Terroristas del Amor, do Ceará,
e a artista travesti Vulcanica Pokaropa, de São Paulo. Sendo a
produção dessas artistas atravessada por aspectos de urgência
de nosso tempo, elas foram o ponto de partida para o recorte
das exposições, pois entendemos que nossa função, como
coletivo feminista, é construir pontes entre as artistas e o sistema
das artes – principalmente no caso de produções que ainda
necessitam de suporte e apoio estrutural.


Em nosso escopo curatorial para Brasília, optamos por expor
os trabalhos de mais 19 artistas, em sua maioria residentes no
entorno da capital federal, totalizando 24 com as premiadas,
independentemente da idade ou do tempo de atuação no
campo das artes. Nesta segunda versão da exposição, constam
obras das seguintes artistas que nos enviaram seus portfólios:
Coletivo Tete a Teta (Alexandra Martins, Alla Soüb d`Nadah,
respectivamente de DF/MG), Débora Mazloum (DF), Duda Xavier
(MG), Ester Cruz (DF), Fernanda Azou (DF), Gabriela Chaves (GO),
Isadora Almeida (DF), Jessica Lemos (BA), Liz Domingues (DF),
Mahyrah Alves (RJ), Manuela Costa (GO), Marcela Campos (GO),
Marta Mencarini (DF), Patrícia Abbott (DF), Samantha Canovas
(DF), Sofia Ramos (DF), Taís Koshino (DF) e Vera Michels (GO).

 

Nos trabalhos selecionados para essa versão da mostra,
ainda que permaneçam questões similares às abordadas em
São Paulo, como as relações com a auto-imagem, novos tópicos
foram contemplados: visões investigativas sobre a maternagem,
a relação ambivalente do corpo com o espaço, seja ele natural
ou urbano/arquitetônico, narrativas outras de mundo ancoradas
pelos protocolos científicos, olhares ácidos e desejantes às
masculinidades, além dos já cotejados processos de subjetivação,
as táticas de militância e a busca afetiva pelas ancestralidades
(familiares e/ou religiosas).


Esperamos que esta mostra panorâmica em sua versão
brasiliense seja capaz de pontuar a variedade de temas e formas
na produção de artistas mulheres, não mais submetidas a nichos
de atuação estereotipados e portanto, discriminados pelos
olhares críticos de fundamentação misógina. Novamente, a
experiência do prêmio permitiu verificar que, para uma geração
jovem de artistas mulheres, assumir os signos do feminino
e a bandeira feminista já não são mais um impedimento de
profissionalziação, e fazemos votos de que essa postura apenas
se amplie, nunca retroceda.

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