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VIVEMOS PRA ISSO

Em parceria inédita, o coletivo feminista Vozes Agudas - projeto vinculado ao espaço independente de artes visuais Ateliê397 - e a galeria Vermelho realizam a exposição Vivemos pra Isso, que abre no dia 24 de setembro. A mostra apresenta trabalhos de 24 artistas selecionadas/es por meio da Chamada VoA 2022-2023 para Artistas Mulheres e Pessoas Não Binárias, e conta com a participação da artista convidada Carmela Gross. As obras serão expostas em dois espaços na Barra Funda: a sede do Ateliê397 e o galpão da galeria Vermelho, que recebe sua primeira exposição. A coletiva conta com pessoas do nordeste ao sul do país e traz um panorama da produção de artistas mulheres cis e trans e não binárias.

 

O grupo de curadoras, formado por Thais Rivitti, Bruna Fernanda, Érica Burini e Khadyg Fares, reuniu obras que colocam em discussão a presença do corpo nos múltiplos lugares que ocupa. "Esse recorte é amplo e dá conta de muitos sentidos, da formação subjetiva e ancestral dos corpos à objetiva, com as relações sociais, de trabalho, de possibilidades de existência. Além da ideia de vida humana e não humana, o espaço urbano e o natural, assim como as contradições que surgem nessa relação", diz Bruna Fernanda.

 

Thais Rivitti destaca que a curadoria conseguiu unir artistas de diferentes gerações. "É uma grande seleção que inclui tanto artistas mais novas, com produções muito promissoras, quanto as com uma trajetória mais longa, mas que ainda não foram devidamente vistas pelo sistema", ressalta. "Em um viés mais ligado ao gênero, nossa proposta procura enfatizar a produção de sujeitos que estão fora dos padrões masculinos hegemônicos e que constantemente foram deixados de lado nas instituições e no mercado de arte. Em um espaço independente como o Ateliê397 e sendo o Vozes um coletivo feminista, conseguimos trazer à tona essas reflexões." A mostra traz ainda, como convidada, a artista Carmela Gross, que apresenta os trabalhos "Sex war dance" (2019) e "X" (1989) e fará uma performance inédita.

 

A Chamada VoA 2022-2023 para Artistas Mulheres e Pessoas Não Binárias é uma versão mais ambiciosa do Prêmio Vozes Agudas, lançado em 2020. Para as integrantes do coletivo, a abertura do edital para pessoas não binárias é um reconhecimento da relevância das produções artísticas desse grupo que amplia a discussão de gênero para além do dualismo marculino x feminino. A finalidade da iniciativa é aumentar a visibilidade de coletivos e artistas emergentes que estejam fora dos circuitos consagrados da arte contemporânea.

 

Entre prêmios, residências e seleção de trabalhos para mostras coletivas, a Chamada VoA 2022-2023 já abriu espaço para 30 artistas. A partir da ação, o coletivo Vozes Agudas está montando um arquivo com todas as inscrições recebidas. Somando a primeira edição com a atual, o banco de dados reúne aproximadamente 1.600 portfólios. Ao juntar esse material, o coletivo mapeia a produção de artistas mulheres e pessoas não binárias de todo o país, tornando-se uma importante referência para a pesquisa sobre a produção brasileira de artes visuais na atualidade.

 

A Chamada VoA conta com o apoio e o financiamento de colecionadoras e colecionadores de arte e apoiadores do Ateliê397, ao qual o Vozes Agudas está associado. Para a realização de novas ações da Chamada, que é vigente até o fim de 2023, o coletivo continua em busca de novos investimentos.

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